A falta de água na albufeira do Maranhão, o excesso de calor e a data e divulgação tardias deste evento são fatores que poderão justificar a reduzida presença de participantes em relação aos inicialmente previstos por esta organização CFP. Curiosamente a primeira inscrição deste Remotur foi a de um remador holandês, que veio expressamente da Holanda para participar no evento, deixando a promessa de que, em próximas edições, voltaria com mais remadores do seu Clube.

Conforme programa antes anunciado, nas manhãs de sábado e domingo foram feitas as visitas à barragem da albufeira e uma visita guiada à vila, conduzida por uma técnica do turismo de Avis, após o que experimentámos umas boas migas de batata com entrecosto.

Foi um fim de semana bem preenchido, com jornadas de convívio, de experiências gastronómicas e de visitas culturais:

– O Museu do Campo Alentejano, que está estruturado em torno da temática do trabalho agrícola e da criação de gado, atendendo a que no Concelho de Avis, durante muito tempo, estas foram as atividades principais da população;

– o Centro Interpretativo da Ordem de Avis, instalado numa parte das dependências do antigo Convento de S. Bento de Avis, onde foi visitada a exposição de longa duração sobre a Ordem de Avis, da vila e do território ao longo dos séculos, retratando a história desta milícia desde o inicio da sua formação, quase coincidente com a formação do reino de Portugal, e passando por todo o período medieval, sempre com uma denominação coincidente com a da vila de Avis, e marcando todo um território e as suas gentes;

– a Fundação Arquivo Paes Teles, onde conhecemos a vida e obra de Mário Saa (Mário Paes da Cunha e Sá, que adotou Mário Saa como nome literário, descendia de uma família de grandes proprietários da elite económica e social do concelho alentejano de Avis), os seus interesses, influências, monografias, obras de referência da época, coleção de materiais arqueológicos conseguidos nas suas prospeções geológicas e deixadas conjuntamente com um espólio documental, que constitui ainda hoje uma obra de referência para os investigadores. Neste espólio sobressaem os seus seis volumes sobre “As Grandes Vias da Lusitânia”, onde são referenciados os caminhos romanos utilizados no sul e centro de Portugal.

– a Fundação Abreu Callado, que nos permitiu conhecer a história da família, a razão do aparecimento da fundação, do seu património, atividade e história através de um museu próprio. A sua produção de azeite está adjudicada a uma empresa comercial, enquanto a Fundação se dedica à exploração direta das suas vinhas, plantadas em terrenos franco-argilosos, remontando uma parte delas aos anos 50, e todas elas beneficiando da amenidade do clima que a Barragem do Maranhão proporciona, refletindo-se assim na qualidade dos seus vinhos. Possui uma equipa técnica de enologia que combina processos modernos com métodos tradicionais de vinificação e envelhecimento. Durante a tarde de domingo, procedemos à prova dos seus queijos e enchidos paralelamente com as principais castas “brancas” Roupeiro, Arinto e Tamarez e as “tintas” tradicionais da casa, Aragonez, Trincadeira e Castelão, às quais se juntaram o Touriga Nacional e o Alicante Bouschet. Após as provas de vinhos, enchido e queijos passámos ao almoço de vitela, criada na Fundação.

Como encerramento, foram distribuídos diplomas de participação e promessas de regresso numa nova edição.