O ano de 2016 começou com a tomada de posse do novo elenco directivo do Clube, logo após termos comemorado dois importantes aniversários – os 87 anos de actividade desportiva organizada e os 54 anos da presença do Clube Ferroviário na actual sede em Santa Apolónia. Agora que se vai iniciar uma nova época desportiva, torna-se importante reafirmar os objectivos da Direcção de continuar a incrementar um maior dinamismo e ambição e em proporcionar aos sócios um maior número de actividades, que ajudem a consolidar o espírito desta grande família ferroviária.
As empresas do mundo ferroviário vivem, como todo o país, momentos muito difíceis, mas tentaremos evitar que esse ambiente contagie a nossa actividade. Aliás, é nestes momentos que a vida associativa pode ganhar uma nova dinâmica, que a euforia e ilusão do sempre garantido consumismo tinha vindo a moderar. As associações e clubes recreativos, baseados no mais puro voluntarismo dos seus dirigentes e sem qualquer intenção lucrativa, estão em muito melhores condições para poder fornecer aos seus associados os mais variados serviços ao melhor preço.
É assim com um optimismo moderado que encaramos este mandato que continuará, na senda dos dois anteriores, a pautar-se por três vertentes:
- Procurar aumentar o número de modalidades ao dispor dos sócios;
- Criar as condições financeiras próprias que permitam que o Clube não fique à mercê das dificuldades das empresas ferroviárias, historicamente suas apoiantes incondicionais;
- Continuar, na medida do possível, a melhorar as infra-estruturas do Campo de Marvila, do Centro Náutico e da Sede.
Contudo, é bom que os sócios saibam que desde há 4 anos a ex-Refer, passou a tratar o Clube como um mero inquilino, obrigando-nos a pagar para utilizar as actuais instalações, passando por cima do serviço iminentemente social que praticamos e, ainda, pelo facto de, há precisamente 54 anos, estas paredes nos terem sido entregues solenemente com a seguinte afirmação: “Esta é a Sede de que pudemos dotá-los. O ATENEU fica bem instalado.”
Esta declaração, proferida pelo então Presidente do Conselho de Administração da CP fala por si, mas foi agora ignorada por um anterior Presidente da Refer. Com a desculpa da crise, aproveitaram para tentar destruir o que gerações e gerações de ferroviários construíram com tanto esforço e dedicação. Esperamos que a actual Administração da IP (empresa que aglutinou a Refer e as Estradas de Portugal) venha a estar disponível para alterar esta situação. A nós, actuais dirigentes do Clube Ferroviário de Portugal, só nos interessa a defesa e preservação deste riquíssimo património que recebemos das anteriores direcções e que procuraremos transmitir aos futuros dirigentes, nas melhores condições possíveis.
Nada mais nos move!
O Presidente (Guilherme Gonçalves)
Julho de 2016